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O
uso de gramíneas como capim Tifton e capim Tanzânia tem mostrado um
potencial para atender até 60% da necessidade de nutrientes das cabras
leiteiras, reduzindo inclusive o uso de alimento
concentrado e seus custos. O método de criação se baseia na pastagem
cultivada, que é uma alternativa desenvolvida em pesquisas da Embrapa
Caprinos e Ovinos para superar as dificuldades da criação dos animais em
épocas secas.
O
pasto cultivado fica disponível para os animais nos períodos secos,
época em que a vegetação nativa não costuma fornecer forragem em
quantidade e qualidade suficientes. No experimento realizado na Embrapa
Caprinos e Ovinos, o manejo da
pastagem é feito de forma rotacionada, com uso de uma área de cada vez. O
rebanho permanece no piquete por 4 dias e depois segue para outro. Assim, se torna possível o descanso do solo por 18 dias, evitando o esgotamento do mesmo. Parte do manejo geral também é feita na pastagem, com os animais tendo acesso a água e sombra.
De
acordo com a zootecnista Ana Clara Cavalcante, pesquisadora da área de
forragicultura, se houver uso estratégico da irrigação e de
suplementação alimentar, a pastagem cultivada permite a manutenção de
até 70 cabras em lactação em 1 hectare de pasto cultivado. “Em geral, as
propriedades no semiárido são pequenas e, assim, o uso de pasto
cultivado tende a maximizar o uso da área. Enquanto 3 hectares de pasto
nativo são necessários para manter um animal adulto na época seca, 1
hectare de pasto cultivado, manejado de forma rotacionada, pode suportar
até 70 animais, a depender do grau de intensificação”, afirma Ana
Clara.
Ela
ressalta ainda que com uma menor ocupação das áreas pode-se otimizar
também o uso da mão de obra para realizar, pela manhã, tarefas rápidas
como as ordenhas e verificar o fornecimento de água e sal aos animais. O
restante do dia fica livre para outras atividades da fazenda, em geral
na agricultura familiar que é diversificada.
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da redação do Nordeste Rural |
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