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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Principais Doenças que acomete os animais domésticos

Raiva

Raiva como zoonose
A raiva é uma doença provocada por um RNA vírus da família Rhabdoviridae e gênero Lyssavirus , caracterizada por sintomatologia nervosa que acomete animais e seres humanos, e transmitida pelo cão, gato, rato, bovinos, eqüinos, suínos, macaco, morcego e animais silvestres, através da mordedura ou lambedura da mucosa ou pele lesionada por animais raivosos. Os animais silvestres são reservatório primário para a raiva na maior parte do mundo, mas os animais domésticos de estimação são as principais fontes de transmissão da raiva para os seres humanos.
O homem recebe o vírus da raiva através do contato com a saliva do animal enfermo. Isto quer dizer que, para ser inoculado, não precisa necessariamente ser mordido – basta que um corte, ferida, arranhão profundo ou queimadura em sua pele entrem em contato com a saliva do raivoso. Independente da forma de penetração, o vírus dirige-se sempre para o sistema nervoso central. O período de incubação (tempo decorrido entre a exposição ao vírus até a manifestação dos primeiros sintomas), porém, varia com a natureza do vírus, o local da inoculação e a quantidade inoculada. Se o ponto de contágio tiver sido a cabeça, o pescoço ou os membros superiores, o período de incubação será mais breve, porque o vírus atingirá a região central com maior rapidez. A partir daí, o vírus migra para os tecidos, mas, sobretudo para as glândulas salivares, de onde é excretado juntamente com a saliva. Tanto no homem como nos animais, quando os sinais da moléstia se manifestam já não há mais cura possível – a mortalidade chega perto de 100%. Assim, todo tratamento tem que ser feito durante o período de incubação, quando o paciente não apresenta sinais e não manifesta queixas.
No homem, o primeiro sintoma é uma febre pouco intensa (38 graus centígrados), acompanhada de dor de cabeça e depressão nervosa. Em seguida, a temperatura torna-se mais elevada, atingindo 40 a 42 graus. Logo a vítima começa a ficar inquieta e agitada, sofre espasmos dolorosos na laringe e faringe e passa a respirar e engolir com dificuldade. Os espasmos estendem-se depois aos músculos do tronco e das extremidades dos membros, de forma intermitente e acompanhados de tremores generalizados, taquicardia, parada de respiração.
Qualquer tipo de excitação pode provocá-los (luminosa, sonora, aérea, etc.). O homem, ao contrário do cão, torna-se hidrófobo (sofre espasmos violentos quando vê ou tenta beber água). Freqüentemente experimenta ataques de terror e depressão nervosa, apresentando tendência à vociferação, à gritaria e à agressividade, com acessos de fúria, alucinações visuais e auditivas, baba e delírio. Esse período de extrema excitação dura cerca de três dias, vindo a seguir a fase de paralisia, mais rápida e menos comum nos homens do que nos animais. É então que se nota paralisia flácida da face, da língua, dos músculos da deglutição, dos oculares e das extremidades dos membros. Mais tarde, a condição pode atingir todo o corpo. Às vezes, a moléstia pode manifestar evolução diferente: surge com a paralisia progressiva das extremidades e logo se generaliza. Mas, seja qual for o tipo, a raiva sempre apresenta uma evolução fatal para o paciente.
O vírus da raiva é inativado por pH < 4 e pH > 10, agentes oxidantes, solventes orgânicos, detergentes enzimas proteolíticas, raio X e radiação ultravioleta. O controle e profilaxia visam vacinar os animais de estimação a partir de três meses de idade e depois anualmente; vacinar os bovinos em locais endêmicos; controle e manejo de populações de cães de rua; controlar os transmissores (morcegos), evitando o contato direto com os mesmos. Caso seja detectada a presença de morcegos em alguma região, deve-se: procurar iluminar áreas externas nas residências; colocar telas nos vãos, janelas e buracos e fechar ou vedar porões, pisos falsos e cômodos pouco utilizados que permitam o alojamento de colônias. O animal suspeito de raiva deve ser isolado e mantido sob observação, ou sofrer eutanásia para ser realizado um exame do cérebro e tronco cerebral em busca do vírus. Se houve exposição humana ou animal a outro animal com sinais clínicos sugestivos de raiva, deverá ocorrer inoculação em camundongos para verificar a presença do vírus, isto quando o exame cerebral der negativo.
Raiva urbana
A raiva urbana é veiculada principalmente por cães e gatos infectados, sendo os cães os principais agentes da raiva humana no Brasil. A transmissão ocorre quando o vírus da raiva existente na saliva do animal infectado penetra no organismo, através da pele ou mucosas, por mordedura, arranhadura ou lambedura, mesmo não existindo necessariamente agressão. A raiva pode apresentar vários sinais clínicos nestes animais, tornando-se difícil diferenciar de outras síndromes nervosas agudas progressivas. Os sinais da raiva furiosa podem incluir alterações de comportamento, de depressão, demência ou agressão, dilatação da pupila, fotofobia (medo do claro), incordenação muscular, mordidas no ar, salivação excessiva, dificuldade para engolir devido à paralisia da mandíbula, falência múltipla de nervos cranianos, ataxia e peresia dos membros posteriores progredindo para paralisia. Neste estágio o animal pára de comer e beber. O estágio da raiva paralítica pode durar de um a dois dias, seguido de morte por parada respiratória. O período de incubação, a partir da mordida até o início dos sinais clínicos, é variável podendo ser de duas semanas a seis meses. Mas a partir do momento que sejam vistos os sinais neurológicos, a doença é rapidamente progressiva, com a morte acorrendo dentro de sete dias, na maioria dos animais. Mordidas na face, cabeça e pescoço resultam em períodos de incubação mais curtos.
Esses animais (cães e gatos) que morderam seres humanos e apresentaram sinais nervosos devem sofrer eutanásia e seus cérebros examinados para verificar a presença do vírus da raiva. Já cães e gatos sadios de dono conhecido, devem ser confinados por dez dias de observação após a mordida, em busca de sinais de raiva (para verificar se a pessoa foi exposta à raiva). Caso o resultado dê positivo com a presença do vírus da raiva, deverá ser iniciada a vacinação o mais rápido possível, pois não há período de espera seguro.
Caso este cão e gato estejam atualmente imunizados (tomaram vacina contra a raiva) e foram mordidos por um animal comprovadamente raivoso ou mordidos por animais silvestres numa área onde há casos de raiva, devem ser revacinados e observados durante 90 dias. Entretanto os animais não vacinados devem sofrer eutanásia ou se o dono não quiser, devem ficar confinados a um estrito isolamento durante seis meses, no quinto mês este cão deve ser vacinado, e se estiver sadio no final do sexto mês poderá voltar ao seu dono.
Raiva rural
A raiva rural acomete principalmente bovinos e é veiculada principalmente pelo morcego Desmodus rotundus , que é hematófago e vive nas cavernas das pedreiras, nas casas abandonadas, nos troncos ocos, etc. A doença traz prejuízos da ordem de US$ 15 milhões anuais à pecuária brasileira (Revista ABCZ, v.1,n.3, 2001). É necessário fazer a diferenciação deste morcego com as espécies úteis ao homem. Os cães também podem transmitir a raiva aos bovinos pela mordedura. A raiva pode ser transmitida também pela simples deposição da saliva virulenta sobre uma ferida ou mesmo sobre uma escarificação da pele ou da mucosa. Assim, a transmissão pode dar-se pelos alimentos e pela água, porque o vírus penetra por qualquer lesão do aparelho digestório.
O período de incubação está na dependência de vários fatores: via de penetração, inervação rica ou pobre da região da mordedura, virulência e quantidade do vírus inoculado, etc. Nos bovinos esse período pode chegar até três meses. Quanto aos sinais podemos distinguir dois tipos de raiva nos bovinos: furiosa e paralítica. Os bovinos com raiva furiosa apresentam-se agitados e agressivos, podendo investir contra o homem e contra outros animais. Lambem e mordem, quando possível, o local da mordedura. A salivação é abundante. Não comem, não apresentam ruminação e o timpanismo aparece com freqüência. Em muitos casos, mugem roucamente. Com a progressão do curso, ocorre enfraquecimento, paralisia e morte. A raiva paralítica é a mais comum nos bovinos. Nesta, os animais apresentam abatimento, tristeza, falta de apetite, salivação abundante pelos cantos da boca, ranger de dentes, andar cambaleante, tremores musculares e paralisia, principalmente dos membros posteriores. Depois de alguns dias ocorre a morte.
O diagnóstico clínico é feito baseado nos sinais e deve ser realizado com o máximo cuidado. Muito necessário é o envio de material para o laboratório, pois o diagnóstico precisa ser confirmado. A coleta de material deve ser realizada com todo o cuidado, sendo indispensável o uso de luvas. Deve-se colher o cérebro do animal suspeito e colocá-lo em um vidro de boca larga contendo glicerina e enviá-lo no gelo para o laboratório. Podem ser enviados, também em glicerina e perfeitamente refrigerados, pedaços de fígado ou de baço e saliva. No diagnóstico diferencial deve ser considerado o envenenamento por chumbo, formas graves de acetonemia e botulismo. O controle e prevenção da raiva rural são feitos no combate aos morcegos hematófagos, queimando as árvores ocas onde eles vivem e capturando-os com redes; e ainda com a vacinação dos bovinos nas regiões onde ocorre a raiva.
http://br.merial.com/raiva/profissionais_saude/raiva_brasil/raiva_brasil.asp


O que você pode fazer para que a raiva seja coisa do passado:
1. Vacinar os animais é o primeiro passo.
O recurso mais importante no combate à raiva é a vacinação anual dos animais, como cachorros, gatos, cavalos, bovinos etc. sob a orientação do médico veterinário. Sem a vacinação, se os animais se expuserem à raiva, eles podem pegar a doença, expondo você e outras pessoas e animais ao risco da contaminação.

REFERÊNCIAS:
JONES, T. C.; HUNT, R. D.; KING, N. W. Patologia veterinária. 6. ed. São Paulo Manole, p.335-338, 2000.
http://www.pasteur.saude.sp.gov.br/raiva/raiva_03.htm
http://br.merial.com/raiva

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